**"Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim, nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante para mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível, e que esse momento será inesquecível." Fernando Pessoa**

domingo, 17 de agosto de 2008

O que vale um Beijo

Recados e Imagens - Beijos - Orkut
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Um beijo tem tanto que se lhe diga que dava para escrever um livro. Foi o que fizeram duas escritoras italianas.

«Um gesto de amor ou de amizade, uma forma de saudação ou um prelúdio das relações sexuais, o beijo tem múltiplos significados e torna a vida mais bonita». Quem o diz é Francesca Albini que, em conjunto com Pinnucia Ferrari, escreveu o livro «Bacioterapia».

A fazer um enorme sucesso em Itália, esta autêntica enciclopédia do beijo leva os leitores a viajar pelas suas origens e vantagens, passando pelos tipos de beijos e pela sua representação no cinema, literatura, música e até na cozinha.

«Bacioterapia» é um guia que ensina a conhecer o beijo do ponto de vista científico, emotivo, psicológico e em todas as suas valências afectivas, culturais e sociais.


Beijos pré-históricos

Francesca Albini descreve o beijo como «algo que nasce do contacto dos lábios de uma pessoa com qualquer parte do corpo de outrem. Durante este contacto, os lábios aspiram ligeiramente ar, criando um típico barulhinho».

Tudo começou na Pré-História, mas o primeiro testemunho escrito sobre este gesto data de 1500 a.C e tem algumas semelhanças com os beijos dos esquimós. «Parece quase um modo de examinar e avaliar os odores e humores da outra pessoa e estabelecer se estão em sintonia com os nossos», explica a escritora.

Mas afinal o beijo é um gesto que se aprende ou é instintivo? «Existem provas para as duas teorias, a primeira está ligado à intimidade e ao sentimento de segurança que provém, por exemplo, do costume primitivo da mãe passar a comida pré-mastigada aos recém-nascidos, a segunda a uma espécie de exploração química do parceiro», assegura Francesca Albini.


Mais saúde

O beijo pode ser comparado à droga, pois quanto mais se beija, mais se deseja voltar a fazê-lo, com a vantagem de não ter os efeitos negativos daquela. Beijar chega mesmo a ser benéfico para a saúde:

«Faz acelerar o batimento cardiaco e queimar o dobro das calorias, dá uma sensação de bem-estar única devido ao aumento da produção das endorfinas (hormonas produzidas pelo cérebro e que são responsáveis pelo sentimento de tranquilidade e paz), tendo assim um efeito antidepressivo e de analgésico natural», confirma a escritora.

«Não existe nada mais bonito do que um idoso receber um beijo de afecto dos seus familiares», exemplifica, dizendo que um beijo pode apagar a solidão. Mas as vantagens continuam: «beijar aumenta a salivação, logo combate a formação da placa bacteriana, e como envolve um grande número de músculos faciais dá firmeza e luminosidade à pele».



Os diferentes tipos de beijos que pode dar: Doces tentações


As autoras conseguiram individualizar trinta tipologias de beijos, desde o beijo à francesa, passando pelo aspirador e acabando no da face. Apesar de afirmar que todos os tipos são interessantes porque revelam muito da personalidade de cada indivíduo, a tradutora é adepta do último:

«Como varia de cultura para cultura, no moderno caldeirão cultural em que vivemos hoje, nunca se sabe quantos beijos se deve dar e criam-se situações engraçadas», refere. «Mas são todos de experimentar», acrescenta.

São muitos os provérbios, as citações de filmes, os versos de poemas e de canções em que o beijo é o tema principal. Francesca Albini não hesita em escolher a sua preferida: «O beijo é a nossa maior invenção», do escritor americano Tom Robbins.

Mas há muitas mais para ler no livro, bem como algumas receitas que estão de alguma forma associadas a este gesto de ternura. «Um dos mais famosos chocolates italianos é o Baccio Perugiano, que desde o seu aparecimento se caracteriza pelas suas frases de amor, logo não poderia estar ausente do nosso livro sobre a terapia do beijo.

E, como um beijo puxa outro, fomos mais longe e incluímos as receitas de outros doces e até de cocktails», remata sem deixar de desafiar as nossas leitoras a experimentar a terapia do beijo.



Encha o seu amor de... beijos!

São saborosos, despertam sensações e ainda por cima fazem bem à saúde. Já o humorista Herman José o cantava há largos anos e muito provavelmente ainda se recorda: Ora dá cá um, a seguir dá outro e depois mais um, que só dois é pouco...

São muitos os investigadores internacionais que se têm debruçado sobre os seus mecanismos e efeitos que assumem esta teoria.


Os especialistas que se têm dedicado a estudar a química do beijo e concluiram que:

- Quando se dá um beijo acompanhado de um abraço apaixonado, as pulsações cardíacas sobem de 60 para 130 por minuto.

- Um beijo «faz acelerar o batimento cardiaco e queimar o dobro das calorias», revela a escritora italiana Francesca Albini, autora de um livro sobre o tema.

- Um simples beijo activa até 30 músculos faciais e, se durar três minutos, queima 15 calorias.

- Os casais que se despedem com um beijo antes de sair de casa sofrem menos de absentismo laboral, têm menos acidentes de viação, ganham mais dinheiro e tem uma esperança de vida de mais cinco anos, tudo isto porque têm uma atitude mais positiva.

- As mulheres estão mais dispostas a ter relações sexuais com alguém que saiba beijar.


Texto: Rita Caetano com Francesca Albini (escritora e tradutora)
Revista Saberviver
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1 comentário:

Unknown disse...

para mim o beijo também tem muito que se diga! não é uma coisa que se dá só por dar, tem de ter significado! bjs