**"Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim, nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante para mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível, e que esse momento será inesquecível." Fernando Pessoa**

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Poema XVII de Pablo Neruda




Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio

ou seta de cravos que propagam o fogo:

amo-te como se amam certas coisas escondidas,

secretamente, entre a sombra e a alma.



Amo-te como a planta que não floriu e tem

dentro de si, escondida, a luz das flores,

e, graças ao teu amor, vive oculto em meu corpo

o denso aroma que subiu da terra.



Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,

amo-te directamente sem problemas nem orgulho:

amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,


a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,

tão perto que a tua mão no meu peito é minha,

tão perto que teus olhos se fecham com meu sono.

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