Ciclos da Vida

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Como superar situações difíceis

Albert Camus escreveu certa vez: "No meio do inverno, descobri que havia dentro de mim um invencível verão". De fato não conseguimos avaliar quão fortes e resistentes somos até enfrentarmos uma adversidade que estressa nossa mente e enche nosso coração de tristeza. Percebemos, então, que temos dentro de nós coragem e capacidade suficientes para lidar com as maiores adversidades que a vida possa colocar em nosso caminho. O maior dom humano é a habilidade de mudar o foco de uma situação difícil, de reinterpretá-la de acordo com uma visão mais iluminada e capacitadora. Cães não podem fazer isso. Gatos não podem fazer isso. Macacos não podem fazer isso.

Esse dom pertence a nós e é uma parte daquilo que nos torna humanos. Culpar as circunstâncias pelo modo como nos sentimos é inventar desculpas para nós mesmos. Ao enfrentarmos um problema, devemos ter a coragem de assumir nossa parte de responsabilidade pela situação em que nos encontramos e entender que também temos a capacidade de tirar vantagem dele. Os maiores problemas da vida sempre se mostram as maiores bênçãos."

Não tenho dúvidas que a vida é cíclica e de tempos em tempos ela me testa por meio de acontecimentos que funcionam como uma espécie de furacão. Um vendaval que leva tudo o que eu havia construído, restando somente o que fica gravado na minha alma, isto é intocável. Cada um tem seu destino, seus talentos, qualidades e defeitos e esta vida me lapida mesmo quando não escolho isto. Tem um lado meu que gostaria que tudo fosse seguro, que tudo estivesse sob controle. Doce ilusão! Pode ser até que eu viva um tempo de vacas gordas, alegre pela abundância conquistada. Mas como tudo passa, dia ou outro o que funcionava de um jeito, não funciona mais.

A cobrança é grande e me tira sempre do lugar comum, da comodidade, do que não é mais atual. É como se minha alma cobrasse mais de mim. "Afinal, o que você veio mesmo fazer aqui? Vá mais fundo na sua verdade, comprometa-se sempre com seu crescimento", diz uma voz que sai do fundo do meu coração. E não adiante chorar o leite derramado, não adianta fazer manha, ficar deprimido e deixar que tudo continue muito ruim. Com muita fé eu encontro forças, buscando-a onde não consigo ver. Peço com humildade a ajuda que preciso, feito criança que pede ao pai. E, para minha surpresa e constatação de que não estou só nesta aventura, encontro sempre o apoio e o suporte para dar volta por cima. É assim que continuo de pé, com a coluna ereta, cheia de dignidade e prazer de viver.

Por Sergio Savian

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