**"Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim, nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante para mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível, e que esse momento será inesquecível." Fernando Pessoa**

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Dar, sem esperar receber

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Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava.
Tudo o que as pessoas compravam,
tudo o que era cultivado e produzido por cada um, era trocado.
A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era a amizade.

Quem nada produzia,
quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos,
ou utensílios, dava seu CARINHO.


O CARINHO era simbolizado por um floquinho de algodão.
Muitas vezes, era normal que as pessoas
trocassem floquinhos sem querer nada em troca.
As pessoas davam seu CARINHO pois sabiam que receberiam
outros num outro momento ou outro dia.
Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia,
convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus floquinhos.


Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade
e teria o que quisesse.
Iludido pelas palavras da malvada, o menino,
que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia,
passou a juntar CARINHOS e em pouquíssimo
tempo sua casa estava repleta de floquinhos,
ficando até difícil de circular dentro dela.

Daí então, quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos,
as pessoas começaram a guardar o pouco CARINHO que tinham
e toda a HARMONIA da cidade desapareceu.


Surgiram a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro
ROUBO, o ÓDIO, a DISCÓRDIA,
as pessoas se XINGARAM pela primeira vez
e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas.


Como era o mais querido da cidade,
o garoto foi a primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO,
o que o fez o menino procurou a velha para perguntar-lhe
e dizer-lhe se aquilo fazia parte
da riqueza que ele acumularia.


Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão.
Pegou uma grande carriola,
colocou todos os seus floquinhos em cima
e caminhou por toda a cidade
distribuindo aleatoriamente seu CARINHO.


A todos que dava CARINHO, apenas dizia:
"Obrigado por receber meu carinho".

Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos,
ele distribuiu até o último CARINHO sem receber um só de volta.

Sem que tivesse tempo
de sentir-se sozinho e triste novamente,
alguém caminhou até ele e lhe deu CARINHO.


Um outro fez o mesmo...
Mais outro... e outro...
até que definitivamente a aldeia voltou ao normal.


MORAL DA HISTÓRIA:

Nunca devemos fazer as coisas pensando em receber em troca.
Mas devemos fazer sempre.
Lembrar que um amigo existe é muito importante.


Muito mais importante do que cobrar
dos outros que se lembrem de você,
pois assim, você estará querendo acumular amizades
sem fazer o seu papel de amigo.


Receber CARINHO é muito bom.
E o simples gesto de lembrar que um amigo existe
é a forma mais simples de fazê-lo.

***

1 comentário:

Lisa disse...

sem duvida.... e como sabe bem dar.... a quem amamos!