**"Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim, nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante para mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível, e que esse momento será inesquecível." Fernando Pessoa**

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Ensinamento para a Vida




"Quando eu era um jovem, travei conhecimento com uma mulher surpreendente: ela era dotada de uma grande beleza e parecia dotada duma gentileza a toda a prova.

Encontrávamo-nos frequentemente e rapidamente decidimos viver juntos.

Tudo correu pelo melhor no melhor dos mundos: levantava-me de manhã para lhe preparar o pequeno-almoço, e à noite ela enchia-me de doçura, trocávamos ideias e falávamos sobre tudo o que tínhamos feito durante o dia.

Assim que estivemos separados, telefonávamo-nos muito um para o outro. Nada dizíamos de importante a não ser que nos amávamos muito e tínhamos confiança um no outro.

Nunca tivemos uma discussão e parecia que o nosso amor ia durar eternamente.

Pela primeira vez na minha vida, eu resplandecia felicidade: um estado vivido conscientemente.

Plenamente satisfeito com a minha situação, comecei a levantar-me mais tarde, a relaxar-me e a não preparar o pequeno-almoço.

À noite, a minha companheira estava sempre muito cansada para me acarinhar.

Quando chegávamos do trabalho, não ligávamos o televisor ou debruçávamo-nos cada um na sua leitura, mas nenhuma palavra era pronunciada.

Seguramente, que eu estava a aperceber-me do que se passava, mas não tinha dúvidas sobre o laço forte que nos unia. Nós tínhamos jurado felicidade e eu não me esquecia as palavras doces que trocámos no início da nossa relação.

Eu dizia a mim próprio:"Depois de tudo, eu não tenho nada a provar-lhe, ela sabe que a amo. A nossa relação é eterna."

Um ano depois do dia do nosso encontro, passávamos mais tempo com os nossos amigos, do que juntos.

Um ano e meio depois, não íamos ao cinema ver os mesmos filmes.

Dois anos depois já não fazíamos amor a não ser uma vez por mês.

Dois anos e 5 dias depois, quando cheguei do trabalho, encontrei um bilhete na mesa da cozinha:"Nós falámos muito e fizemos muito pouco."

Ela foi-se embora e nunca mais a vi. Foi o meu primeiro e verdadeiro desgosto de amor e a minha primeira e forte lição nesta área.

Nós não nos contentamos com palavras amorosas, mesmo que sejam sussurradas ao ouvido. O Amor só vive de provas e actos.

Não deixe que o tempo vos apanhe e saiba que nada é adquirido, sobretudo quando se pensa numa relação séria.

O melhor no amor é a fidelidade, porque é também o mais raro sentimento e que exige de nós mais esforço. Não o abandoneis e sereis felizes a dois.

***

"O amor é a única coisa que não temos em abundância e aquela que não damos com fartura."

Nídia Solange

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade as vezes com o tempo, a maioria das pessoas dao como adquiridas as relações. Sem saberem e sem dar como veiem se neste acto, nao por quererem como ja referi mas apenas pelo simplo facto de a rotina entrar na vida e surgirem problemas. Posso dar um exemplo os meus pais. Imensos anos o meu pai fez isso a minha mãe, sei o que ela sofreu, vivi com ela problemas, sofri com ela, cada dia que passava era mais um dia que ficava como movel da casa. Enfim ..... Acho que isto pode ser evitado, o que e' preciso haver numa relação e' muito dialogo, sim porque mais tarde vao perceber porquê, nao por experiencia propria claro mas sei do que falo :) acreditem. Depois do dialogo e' haver espirito pela parte dos dois de querer quebrar a rotina, podem apimentar a relação, nem que seja passear de vez em quando, fazerem programas, tb sei que as vezes uma pessoa vem cansada do trabalho mas sera que nao vale a pena nem que seja uma vez por semana sair com a sua mulher mesmo que esteja cansado para salvar uma relação! Pois se eu amasse uma pessoa mesmo faria isso :D e uma pessoa que tem meia vida minha, uma pessoa que queria sempre ver feliz tanta coisa :)

Gostei muito Nidia continua Beijo